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UMA FILOSOFIA BÍBLICA DE LIDERANÇA

Atualizado: 12 de mai. de 2020


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Ao longo de minha jornada pastoral e de capacitação de liderança tenho buscado trilhar uma filosofia que se expressa nos seguintes postulados:

Quanto à Regra de Conduta e Fé:

1. Creio na doutrina Batista como sendo uma doutrina bíblica. Com isso não digo que ela é absolutamente sem erros, mas no todo aceitável à luz das Escrituras.

2. A Bíblia é o único livro de conduta e fé.

3. Creio em todos os dons do Espírito, ministérios e operações, desde que sejam manifestos como a Palavra de Deus nos ensina.

4. Não andamos por sentimentos, andamos pela Palavra de Deus.

5. Creio na Triunidade de Deus: O Pai criador, sustentador de tudo o que há; o Filho, único salvador, nosso advogado e o Espírito Santo, o Consolador e outorgador dos dons.

6. Creio que uma igreja irá bem se souber trabalhar com equilíbrio das três pessoas da Triunidade.

7. Creio na Eleição pela graça de Deus. Na fé e no arrependimento para uma conversão autêntica.

8. Creio na ressurreição em Cristo, no céu e no inferno, no prestar de contas e no julgamento final.

9. Creio que somos pecadores e necessitamos do sangue de Cristo para sermos perdoados, justificados e nos tornarmos novas criaturas.

10. Creio nas ordenanças: Batismo por imersão e a Ceia do Senhor para pessoas da mesma fé.

11. Creio numa teologia bíblica que dialóga entre o AT e o NT.

12. Embora a igreja dialoge com o mundo, ela não é do mundo. É luz e Sal. Isto significa que ela deve estar separada do Estado para exercer estas tarefas.

13. A igreja é de Cristo e os que fazem parte dela foram nascidos de novo em Cristo.

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14. O cristão não necessita ontologicamente de outras organizações para exercer seu papel no mundo. A igreja é suficente para ele cumprir o propósito no mundo.

15. A igreja não precisa se unir a ações ecumenistas.

16. A salvação, em termos de conversão e glorificação, não se perde. A salvação em termos de santificação deve ser buscada e preserrvada.

17. Creio nos exercícios espirituais: Leitura bíblica, meditação, oração, jejum, comunhão dos santos.

Quanto a pregação:

1. É essêncial na vida da igreja.

2. Expositiva como a melhor forma de se expor as Escrituras. É preciso ser dinâmica e criativa par não se tornar massante.

3. Cristocêntrica.

4. Aplicável as pessoas, contextualizadas.

Quanto a Família:

1. A família é criação de Deus e deve ser alvo da ação da igreja, buscando sempre levá-la aos pés de Cristo.

2. A família começa a ser formada por um homem, gênero masculino, e uma mulher, gênero feminino, ainda que em nossa sociedade se tenha outros modelos. A igreja luta por este padrão.

3. O modelo bíblico é de casamento entre pessoas salvas por Jesus Cristo, julgo igual.

4. Questões de desfuncionalidade na família devem ser tratadas caso a caso, buscando sempre a convergência famíliar.

5. A igreja e seu pastor, bem como conselheiros, devem sempre prezar pela união do casal e de seus filhos mostrando o padrão de Deus nas Escrituras.

6. Deve haver aconchego e instrução bíblica para os que estão perdidos em seus laços familiares.

7. A igreja deve aconhegar e ajudar os sós seja por que motivo for, levando-os a entenderem o plano de Deus para as suas vidas.

3 Quanto a Ética:

1. O aconselhamento deve ser sigiloso e somente deve ser exposto a pessoas ou instituições específicas em situações pré acordadas com o aconselhando, tais como: desejo de suicídio, desejo de matar alguém, pedofilia, maus tratos a idosos e risco da integridade da igreja.

2. Em todas as questões sobre a preservação humana o critério sempre deverá ser a busca por uma vida plena, por sua dignidade diante de Deus.

3. Em todas as questões que envolvem a natureza o critério sempre deverá ser a preservação do meio ambiente tanto, na flora quanto em sua fauna.

4. A propriedade privada deve ser um padrão estabelecido.Deve ser usada com responsabilidade e equidade.

5. Deve-se haver liberdade de expressão com responsabilidade por parte de cada pessoa e instituição.

6. A igreja deve protestar contra todo tipo de discriminação, mesmo aqueles comportamentos que ela sabe que são contrários a Palavra de Deus. Deve amar biblicamente o pecador e odiar o seu pecado.

7. O respeito a pesamentos contrários deve ser a base de qualquer diálogo que a igreja realiza.

8. A disciplina eclesiástica se faz necessária na vida da igreja para corrigir desvios éticos. Esta disciplina é aplicada de forma preventiva, instrutiva e podativa, sempre com o aval da igreja através dos diversos níveis de decisão.

Quanto as pessoas:

1. Pessoas são mais importantes do que coisas. Entre ter coisas e investir em pessoas, fico com as pessoas; A liderança deve investir em gente em primeiro lugar, em segundo lugar.... sempre. Tudo que se fizer em termos patrimoniais, ou qualquer decisão realizada para a comunidade deve partir do desejo da liderança em abençoar vidas e em prestigiá-las;

2. O ser vem primeiro do que o fazer. Pessoas precisam ser cristãs nas questões de caráter, isso as qualificará a serem líderes da comunidade; A competência primeira estar no caráter lapidado por Deus;

3. Pessoas podem ser líderes ao mesmo tempo em que estão se desenvolvendo nas questões de caráter e ações, a caminho da perfeição;

4. Pessoas precisam de conhecimento, mas precisam muito mais de amor. O conhecimento é importante, mas o principal trabalho da liderança é criar,

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facilitar linhas de relacionamentos – relacionamentos permeados principalmente pelo amor;

5. Pessoas precisam de conhecimento, mas precisam muito mais da Palavra de Deus;

6. Pessoas existem para serem cuidadas e não administradas. A liderança deve ter atitudes que expressem realmente o cuidado pelas pessoas, e isso deve ser feito sempre.

Quanto à posição:

1. A liderança deve estar localizada a baixo do organograma e não topo. A liderança serve aos liderados;


2. Liderança de modo abrangente é o alvo para todos os membros da igreja. Todos precisam chegar neste nível como crentes. Liderança como sinônimo de maturidade de desempenho dos dons;

3. Existe um chamado por parte de Deus especial, por sua graça, para que algumas pessoas sejam lideres integrais na Sua obra. O motivo desse chamado sempre será para a capacitação de pessoas;

4 . A liderança deve servir de suporte para o amadurecimento de todo cristão.

Quanto ao poder:

1. Autoridade não vem pelo cargo (função), mas pelo trabalho credenciado por Deus. O “poder” não se consegue por voto, mas pelo desempenho espiritual; O poder não para mando, mas de influência;

2. Ninguém pode ser colocado como líder diante de pessoas. A pessoa surge como líder a medida que atrai para si liderados – As pessoas o reconhecem como líder e só aí que essa assume uma posição de liderança oficial.

5. Quanto ao papel pastoral:

1. O pastor é igual aos demais crentes do corpo. O que o diferencia é a abrangência do seu dom e a ação de seu ministério. Não necessita de paternalismo. Necessita de amor, respeito e espaço para o seu trabalho.

2. O pastor tem a função principal do cuidado de suas ovelhas e de pessoas que estão junto delas. Este cuidado se faz: pelo ensino da Palavra de Deus, pela pregação formal, pelos aconselhamentos, por capacitação para “ser” e o “fazer”, pelas visitas nos lares ou em qualquer lugar que sejam necessárias, sempre permeadas pelo relacionamento interpessoal, por oração e piedade.

3. O pastor sozinho não pode fazer muita coisa, é preciso uma equipe ministerial;

4. Pastor é melhor de integridade de tempo do que de tempo parcial ou integral, devido ao tempo investido na capacitação de pessoas ;

5. O pastor ganha o coração da igreja mais no relacionamento do que no púlpito ou no ensino;

6. O pastor é pastor do Reino e trabalha numa igreja local ou em um lugar específico com responsabilidade, mas o seu ministério é maior do que a igreja local; Ele é pastor no dia-a-dia;

7. O pastor é um facilitador de todo o processo de “formação de santos”;

8. O pastor deve ser exemplo: em sua vida devocional, familiar e social. Isto não significa que ele é perfeito, mas que ele está, de alguma forma, a frente desde caminho.

Quanto à composição da igreja:

1. A igreja é um grupo constituído de pessoas que vêm por livre e espontânea vontade. Isto significa que não se pode tirar a liberdade de ir e vir das ovelhas;

2. A igreja é composta de pessoas que são convertidas, mas que têm que lidar ainda com o pecado, daí a imperfeição de relacionamemtos;

3. A igreja recebe todos da maneira que se encontram e depois vai lapitando em comunidade. Diminuir barreiras de acesso para que todos possam entrar na comunidade deve ser o alvo de uma igreja sem, no entanto, ferir os princípios bíblicos; Aperfeiçoar todos que entram deve ser a meta dessa;

4. A igreja não deve se calar diante da cultura, mas criticá-la e formular profeticamente caminhos para a transformação de aspectos negativos. Deve fazer isso não como juíza do processo, mas como facilitadora;

5. A igreja acima de ser um hospital, é o Corpo de Cristo. Sendo asism, é essencialmente orgânica e deve ser cuidada sob essa ótica;

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6. A igreja é ainda o grupo social melhor que há no mundo pela presença de Cristo como cabeça e pelas possibilidades diante do pecado que esse Cristo fornece, curando, restaurando e concedendo esperança.

Quanto à comunicação:

1. A comunicação do líder deve contemporizar a vida de seus ouvintes. Ela deve ser: contextualizada, com “doses de humor”, bíblica e dinâmica;

2. Deve se referir as pessoas como pessoas e não como crentes ou incrédulos;

3. Ao se comunicar deve-se ter em mente que as pessoas estão em níveis diferentes e deve-se atingir as pessoas nestes níveis.

Tomada de decisões:

1. A tomada de decisão deve ser em equipe. Equipe é a forma como uma igreja deve andar; Não há lugar para o individualismo nas tomadas de decisão. O ideal, nem sempre possível, é que todos aprovem algo e se houver apenas um contrário, não se tomar decisão enquanto não houver amadurecimento da questão. 2. Numa decisão o mais importante não o que as pessoas pensam, mas o que o Senhor da igreja pensa. A decisão deve ser teocêntrica antes de ser democrática;

3. Deve-se prestar atenção no que a minoria tem a dizer, mesmo quando a maioria decide algo e entende ser da vontade de Deus.

Visão:

1. A visão de Deus geralmente vem ao líder. O líder passa para a igreja e espera o parecer de Deus. Isso não significa que outras pessoas não possam ter visões em suas comunidades, mas o canal de disseminação da visão é o líder;

2. Não há empreendimento sem a visão de Deus;

3. É preciso saber onde Deus está agindo para depois agir e isto vem por entendimento de visão;

4. A visão – seu epicentro- é inegociável, mas outros aspectos podem ser redimencionados – o líder precisa estar atento para readaptação, reestruturação da visão naquilo que é negociável;

5. A visão nasce em Deus e Ele tem a hora de mostrá-la a sua liderança – a história caminha para que a visão seja recebida.

6. Pessoas seguem a visão e não o líder em primeiro lugar.

Eclesiologia:

1. O Corpo é mais importante do que as células. Células (pequenos grupos) devem existir para fortalecimento do Corpo;

2. O ministério é de Cristo na igreja e não do pastor ou de líderes;

3. A igreja local é uma parte do Reino de Deus;

4. Pode-se ter uma doutrina Bíblica “Denominacional” e ao mesmo tempo uma liturgia “atualizada”.

5. Novas formas eclesiásticas devem ser vistas ao se apresentarem a igreja, mas não seguidas sem uma profunda reflexão e contextualização.

6. O ensino da Palavra, a adoração, a pregação, o evangelismo, a ação social, administração, devem andar em igualdade de ação para o equilíbrio da igreja;

7. A responsabilidade social é parte essencial do ministério de uma igreja; O evangelho integral deve ser realidade na vida da liderança para depois ser na vida dos liderados;

8. A igreja é um espaço de liberdade das mãos, pés, corpo e pensamento; Ninguém tem o direito de aprisionar o corpo de uma pessoa;

9. A igreja precisa entender que a sua estrutura deve respeitar o nível de comprometimento em que as pessoas estão quanto ao compromisso com Cristo e sua igreja;

10. Não há porque ter burocracia na igreja;

11. A essência deve ser sempre preservada na eclesiologia de uma igreja, mas a forma deve ser sempre questionada, ajustada, mudada ou aperfeiçoada;

12. Só se deve ter um ministério se houver pessoas para assumí-lo. Deve-se terminar um ministério quando esse não é mais frutífero;

13. O sistema de ingresso no serviço da igreja funciona através do processo de membresia no Corpo de Cristo Local, mediante os dons dado pelo Espírito Santo;

14. Pessoas trabalham na igreja não porque têm prazer em uma área ministerial ou por qualquer outro motivo; pessoas trabalham porque são impulsionadas pelo dons do Espírito Santo em suas vidas. Mesmo quando usam seus talentos naturais, ao usarem Deus dá graça – dons, para exerceram suas atividades;

15. Não exitem voluntários na igreja, mas crentes que servem ao Senhor com suas vidas;

16. Deus é que concede o crescimento. Ele dá a hora que quer e ponto.

Batalha Espiritual e Intercessão:

1. A batalha espiritual é real. A igreja deve usar das armas de Deus para combatê-la em toda a sua abrangência.

2. A oração é o segredo do sucesso de uma igreja;

3. Deve se crer que Deus continua querendo curar, e fazer milagres e, libertar pessoas do Diabo e, por isso deve-se criar espaços para que isto aconteça;

4. A visão de Deus geralmente é compreendida em oração;

5. Oração produz união entre os membros e um mesmo coração para a realização de empreendimentos;

Missões e Evangelismo:

1. A igreja está sempre em movimento para realizar a Missio Dei no mundo.

2. Relacionamentos são a melhor forma de levar alguém a Cristo.

3. É bíblico realizar comitantemente: evangelização nas cidades – missões urbanas, e missões a partir da igreja local até aos confins do mundo.

4. A igreja precisa criar meios para evangelização em todos os seus ministérios.

Adoração e Louvor:

1. A adoração se manifesta em todas as ações da igreja. É mais do que o louvor.

2. O louvor deve ser realizado bíblicamente, mas deve dialogar com a contemporenidade das pessoas que estão em contato interno ou externo da igreja, buscando uma verdadeira e plena comunicação.

3. Os cultos públicos devem prezar pela qualidade do louvor através das diversas formas de se cantar ou do uso instrumental. Deve haver incentivo e ajuda para aqueles que desejam se aprimorar nesta área da adoração.

4. Todos os rítmos e instrumentos são de Deus, mas deve-se analisar os que são melhores para a igreja em que estão sendo exercidos.

Ensino:

1. A maduridade cristã vem principalemente pelo aprendizado sistemático da Palavra de Deus em qualquer âmbito da vivência do discípulo de Cristo, mas com acento maior por sua igreja local.

2. Uma igreja local bem sucedida biblicamente investe em seu ensino de várias formas: EBD, Pequenos Grupos de aprendizagem, Uniões de Treinamento,simpósios, Seminários bíblicos e teológicos, discipulado e etc.

3. O ensino deve ser extremamente bíblico e para a vida. Teoria sem praticidade não amadurece o discípulo de Cristo. Deve se ter uma educação por princípios.

Vocacionados:

1. Todos os membros da igreja são vocacionados;

2. Vocacionados em sua forma restrita, sempre são bem vindos no meio da igreja. Uma igreja com vocacionados é uma igreja viva;

3. A igreja deve desafiar seus membros a serem bivocacionados;

4. Bivocacionados fazem uma igreja crescer;

5. A igreja deve dar todas as condições para que vocacionados realizem ações na comunidade onde estão inseridos.

Administração:

1. Apesar de uma igreja ser uma instituição orgânica ela precisa de sistematização em sua administração.

2. Deve-se utilizar de todos os métodos administrativos para que a igreja local seja bem sucedida.

3. A fé a a metodologia podem andar juntas.

4. O sistema de arrecadação de bens deve ser feita com extrema responsabilidade.

5. A base deve ser: dízimos, ofertas alçadas. A generosidade deve permear todas as ações do “dar”.

6. A igreja local deve ser absolutamente transparente na forma de gerenciamento de suas entrada financeiras e patrimonias.

Serviços:

1. O trabalho para o Senhor precisa ser com qualidade. Os detalhes

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raduzem a qualidade;

2. Capacitar líderes é de suma importância para a qualidade da igreja a médio e longo prazo;

3. A igreja deve reconhecer as pessoas que querem fazer a vontade de Deus, dando oportunidades através dos diversos ministérios para que estas possam exercer seus dons e talentos.

4. Todos devem trabalhar na igreja;

5. A igreja deve criar espaços para que todos possam trabalhar;

6. O trabalho do membro não precisa ser necessariamente dentro de quatro paredes, mas principalmente onde ele está.

Trabalho do Leigo (não acho outro nome):

1. O leigo é um sacerdote como o líder pastoral o é, diante de Deus e diante das nações;

2. O leigo na igreja pode servir livremente;

Gênero: Masculino e Feminino:

1. Creio que a igreja deve amar os que acreditam e vivem na diversidade de gênero, mas deve rejeitar qualquer tentativa de aceitabilidade ontológica e prática.

2. A mulher tem os mesmos direitos do homem na igreja local;

3. A mulher como o homem em seu serviço deve ser aceita em qualquer área da igreja desde que Deus dê o credenciamento e a cultura interna da mesma a aceite na sua forma de liderança.

4. A igreja é mais plena quando homens e mulheres trabalham juntos e se completando.

Faixa Etária – Crianças, juventude, adultos e melhor idade

1. Apesar das diferenças psicológicas, sociais, culturais, a riqueza de uma igreja se faz na inteiração entre elas. Respeito, dignidade e inteiração, são constantemente alvos de todas as ações desta igreja.

2. O investimento, quer de pessoal ou financeiro deve ser distribuído de igual modo pelas necessidades de cada faixa etária.




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